sábado, 22 de novembro de 2008

Para França, entrada da Sérvia na UE depende da independência do Kosovo.

França se opõem a entrada da Sérvia na União Européia enquanto Kosovo não for independente. Posicionamento francês cria expectativas sobre solução do impasse.

Nesta manhã, em reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a França decidiu condicionar a entrada da Sérvia na União Européia à aceitação e apoio do governo de Belgrado à independência do Kosovo. Em complicada rodada de negociação, sem a presença das delegações russa, chinesa e norte-americana, o governo sérvio se opôs fortemente ao reconhecimento da independência kosovar, alegando ilegalidade desse ato ao direito de soberania da Sérvia sobre o seu território.

Em 27 de dezembro de 2007 o parlamento sérvio votou, por ampla maioria, moção de condenação contra qualquer tentativa de independência do Kosovo. A região é administrada desde 1999 pelas Nações Unidas através da Missão de Administração Interina que coordena todas as atividades civis.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

"Enquanto houver um sérvio vivo, Kosovo não será independente" diz delegado sérvio em entrevista coletiva.


Forte declaração de representante sérvio em entrevista coletiva com membros participantes do Conselho de Segurança gera mal-estar político.

Gerou polêmica a declaração do represente da delegação da Servia em entrevista coletiva à impressa junto com delegados participantes do Conselho de Segurança da ONU. Perguntado a respeito desta declaração, o delegado sérvio voltou a reafirmá-la como posição oficial sérvia.

Em 17 de fevereiro desse ano, Kosovo declarou unilateralmente sua independência da Servia, que foi prontamente reconhecida por potência mundiais como EUA, Alemanha, França e Inglaterra. China e Rússia não reconheceram a independencia, reagindo com preocupação. Segundo o então presidente Vladimir Putin "o reconhecimento da independência do Kosovo seria ilegal e imoral".

Posição norte-americana ambígua cria tensão entre EUA e Israel

EUA e Reino Unido cogitaram apoio inédito à nação curda em documento provisório. Mais tarde, EUA reafirma aliança com Israel, que acusa partido político curdo de terrorismo.
Foi tensa a reunião do Comitê de Políticas Especiais e Descolonização (SPECPOL) da ONU. Considerado como "a porta de entrada" do Conselho de Segurança, o SPECPOL tem a função de discutir e propor resoluções para conflitos e problemas internacionais, com o objetivo de promover a integração e os processos de descolonização pós-Guerra Fria.

Durante o debate sobre a criação de um Estado independente para a população curda, EUA e Reino Unido tornam-se signatários, em um fato inédito, de um documento provisório que "encoraja" Turquia, Irã e Síria a reconhecerem os direito políticos da população curda, discurso que se aproxima com o do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, também conhecido como KADEK e Kongra-Gel, que é considerado pelos Estados Unidos e pela União Européia como sendo uma organização terrorista. Israel se colocou veementemente contra a cogitação de criação de um estado independente curdo, que segundo Israel, seria a aceitação de mais um estado terrorista no oriente médio. Depois do intervalo, dentro do mesmo debate, os EUA reafirmaram apoio ao estado israelense criando uma situação de tensão entre os dois aliados históricos.

Anteriormente, em entrevista ao Le Monde e O Globo, o delegado israelita afirmou que as relações entre Israel e EUA poderiam ficar abaladas caso a política externa norte-americana em relação aos curdos sofresse mudanças radicais.

Com a presença da China, Conselho de Segurança não chega acordo sobre conflito na Ossétia do Sul

China comparece à reunião do CS. Rússia e governo chinês não concordam com envio de tropas de paz da ONU.

O debate sobre o conflito na Ossétia do Sul divide o Conselho de Segurança. Com a presença da delegação chinesa, que segundo os outros países era peça importante na discussão, o Conselho não chegou a uma definição sobre o envio de tropas de paz da ONU, principalmente em virtude da forte posição contrária de China e Rússia, que acusam Estados Unidos e o Reino Unido de tentarem aumentar suas influências na região do Cáucaso com o uso dessa força de paz.

Neste conflito, Georgia e Ossétia do Sul se acusam mutuamente de terem iniciado os ataques e alegam terem agido defensivamente. O Reino Unido, com apoio americano, defende o plano dos seis pontos acordados pelos líderes Sarkozy e Medvedev. Este plano define ações para o fim do uso da força, das operações militares e o retorno de tropas georgianas e ajuda humanitária.

China não comparece à reunião do Conselho de Segurança e trava pauta de discussões.

Falta da delegação chinesa gera impasse sobre urgência dos temas.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas iniciou hoje, sem a presença da delegação da China, as discussões em torno de temas importantes que abordam a segurança internacional e os direitos humanos. A falta da presença da delegação da chinesa travou inicialmente a colocação da ordem de urgência dos assuntos em pauta. Como potência influente na região da África, sua ausência dificulta o debate em torno de conflitos sensíveis como os ocorridos em Darfur, no Sudão, país que conta com o apoio do governo comunista.

Segundo diplomata presente na delegação norte-americana, a falta da China pode de inicio afetar as discussões, podendo essa ausência ser uma posição oficial do governo chinês ou não. O delegado americano também não descartou outros problemas que tenham impossibilitado a presença chinesa.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Adiado julgamento em Ruanda

Foi adiado o julgamento de dois réus acusados de genocídio e crimes contra a humanidade em Ruanda. O Tribunal Penal Internacional para Ruanda decidiu dar mais tempo a promotoria para o colhimento de provas.

Os réus Athanase Seromba e Gaspard Kanyarukiga teriam tido, segundo a Promotoria, ativa participação nos massacres de Hutus contra Tutsis e Hutus moderados entre abril e julho de 1994. O Tribunal iniciaria seus trabalhos em 19 de novembro, e, no presente momento, não há uma nova data prevista para a realização do julgamento.

G20 promete ajudar países emergentes

Os 20 países que participaram das discussões mundiais sobre a crise econômica, neste sábado, se mostraram preocupados com os efeitos nos países emergentes. Em comunicado divulgado após o fim da reunião, os líderes concordaram em trabalhar em cooperação para restaurar o crescimento econômico e evitar que a crise se espalhe ainda mais pelos mercados emergentes e países em desenvolvimento. O texto diz que estas nações ajudaram a sustentar a economia mundial na última década e ainda apresentam um crescimento sustentável, mas estão começando a ser afetados pelo freio no crescimento mundial.

Entre os desafios citados estão ajudar as nações emergentes a ter acesso a financiamento caso entrem em dificuldades, inclusive de liquidez. Nesse cenário, o Fundo Monetário Internacional (FMI) terá um papel importante no socorro. Além disso, o Banco Mundial e os outros bancos multilaterais de desenvolvimento serão encorajados a usar sua total capacidade para estimular o desenvolvimento nas áreas de infra-estrutura e de financiamento de comércio.

Após a reunião, o presidente dos EUA, George W. Bush, falou sobre reformas no Banco Mundial (Bird) e no Fundo Monetário Internacional (FMI), além de garantir uma passagem de poder tranqüila para seu recém-eleito sucessor, Barack Obama.

- Houve um entendimento comum entre todos nós de que devemos adotar políticas pró-crescimento econômico.

Ao chegar para a reunião, no início da manhã, o presidente Lula disse que a solução para a crise financeira global está nas mãos dos países ricos. Segundo Lula, "a melhor solução para evitar que a crise se alastre são os países ricos resolverem seus problemas".

O comunicado culpa a falta de regulamentação dos mercados e a falta de avaliação adequada dos riscos como causa da crise. Além disso, outros fatos ajudaram a piorar o cenário, como políticas econômicas com pouca coordenação e falta de reformas estruturais.

Os países também concordaram em criar mais regulamentação para o sistema financeiro, para evitar futuras crises. O papel principal será dos reguladores nacionais que serão a linha de frente no combate à instabilidade dos mercados, afirma o comunicado. As instituições financeiras devem ser responsabilizadas pela tormenta e devem fazer sua parte para superá-la, incluindo reconhecer perdas, melhorar sua governança e seu gerenciamento de risco.

Os líderes também estão preocupados com a proteção aos investidores. Com isso prometem garantir a integridade do mercado financeiro. Para isso, tentarão evitar conflitos de interesse, prevenir a manipulação ilegal do mercado, atividades fraudulentas e abusivas e proteger contra riscos exagerados no mercado financeiro.

Islamitas chicoteam 32 na Somália por dança mista

Insurgentes islamistas puniram com chicotadas 32 pessoas por participarem de uma dança tradicional no sul da Somália.

Um porta-voz islamista na cidade de Balad, ao sul da capital, Mogadício, disse que o grupo - formado por 25 mulheres e sete homens - ignorou várias advertências de que dançar em conjunto é proibido pelo islamismo.

Os insurgentes lutam contra o débil governo de transição da Somália e seus aliados etíopes e já controlam boa parte das regiões central e sul do país.

Na medida em que avançam, estão implementando uma interpretação estrita da lei islâmica - sharia - sobre as populações locais.

No mês passado, os islamistas apedrejaram uma menina de 13 anos até a morte, por suposto adultério, na cidade de Kismayo, no sul do país, quando ela se queixou de que havia sido estuprada.

A morte provocou indignação internacional.

Antes de serem expulsos do poder em Mogadício por tropas etíopes em 2006, os islamistas da Somália foram elogiados por trazer um certo grau de ordem e segurança na capital depois de anos de caos e violência.

Mas eles também foram criticados pela imposição de regras baseadas em uma visão fundamentalista do islamismo.

Música e filmes foram banidos e execuções públicas eram freqüentes.