domingo, 17 de outubro de 2010
Projetos avançam em reunião sobre desarmamento nuclear
Acordos e resoluções no Conselho de Segurança
A mídia em pauta no Conselho Econômico e Social
sábado, 16 de outubro de 2010
INSULTOS E DISCORDÂNCIAS EM REUNIÃO SOBRE DESARMAMENTO NUCLEAR
Larissa Repinaldo
A situação na 8ª Revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear encontra-se estagnada, pois os delegados ainda não conseguiram entrar em acordo sobre o prazo para o desarmamento nuclear. O delegado da Ucrânia afirmou que se desarmará até 2012, no entanto a delegada norte-americana e o delegado francês alegaram não ser viável tal resolução, já que o desarmamento deveria ser feito em longo prazo.
Houve, ainda, intensa troca de insultos entre a França e os países do Oriente Médio. O representante francês declarou que “esses países loucos só atrasam o desenvolvimento mundial”, e o delegado da Síria alfinetou alegando que o delegado francês “não tem autoridade na reunião por possuir uma Primeira Dama promíscua”.
Na segunda sessão da reunião, o representante da AIEA promoveu discórdia entre os delegados, ao ressaltar que as nações dos Estados Unidos e Reino Unido pagam propina ao órgão citado. A delegada do Irã ainda alegou que a representante norte-americana sai da sala para confabular com alguns membros do Conselho e exclui alguns países.
CONFLITOS NA FRONTEIRA DO SUDÃO EM PAUTA DO CONSELHO DE SEGURANÇA
Roberta Amazonas
Os delegados do Conselho de Segurança colocaram em pauta a aprovação de um projeto de resolução assinado pelas representações da China, dos Estados Unidos, da França, da Nigéria, da Turquia e da Uganda. O documento retoma as resoluções utilizadas no debate sobre as fronteiras do Sudão com o Chade, a República Centro-Africana e outras regiões; ratifica o acordo que diz respeito à normalização das relações bilaterais entre o Chade e o Sudão; e critica a violência sexual e de gênero característica dos campos de refugiados. A meta estabelecida no projeto é enviar quantitativas tropas de peacekeeping para os locais em urgência, de modo a resguardarem a segurança dos milhares de refugiados.
O projeto, no entanto, foi criticado pelo representante do Líbano que alegou faltar conteúdo substancial e sugeriu maior envolvimento da UNESCO e da UNICEF, de maneira que as crianças da região obtivessem educação e instrução para evitar futuros conflitos de mesmo gênero. A delegação brasileira não compareceu à reunião do Conselho de Segurança e o comitê se encontra em sessão fechada à imprensa.
CRISE NO CONSELHO EUROPEU
Roberta Amazonas
O Conselho Europeu aprovou por consenso um projeto de resolução para a crise que envolveu as delegações do Chipre, da Grécia e da Turquia. Durante a reunião do Conselho, o Presidente Christofias afirmou que seu governo faria o máximo para desmantelar o grupo de terroristas e vários países se propuseram a colaborar com uma força multilateral. O delegado da Dinamarca destacou ainda que, antes de se pensar a adesão da Turquia, os representantes europeus deveriam resolver seus problemas internos.
Apesar de viverem sob jurisdição do Chipre, os turco-cipriotas constituem um território autônomo. O objetivo não é unir os territórios grego e turco-cipriotas, mas integrar as populações que neles vivem.
AVANÇOS E CRISE NO CONSELHO ECONÔMICO E SOCIAL DAS NAÇÕES UNIDAS
O Embaixador da Polônia foi seqüestrado esta tarde na Índia por um grupo afegão islâmico e foram consideradas duas horas para que se estabelecesse uma solução, antes que o embaixador fosse morto. Os seqüestradores pedem a anulação da lei que proíbe o uso do véu na França. Até o fechamento desta edição, nada foi resolvido, devido ao recesso do Conselho.
Os representantes enviados ao ECOSOC apresentaram hoje quatro documentos provisórios, acerca dos direitos da mulher no mundo islâmico. Os pontos abordados dizem respeito à aceitação de que a mutilação genital feminina é um ato que transgride os direitos fundamentais da mulher em qualquer religião, etnia ou nação; à intenção de uma parceria com a OMS (Organização Mundial da Saúde); à criação de programas de educação e interação entre governos, ONGs e líderes comunitários e um programa de conscientização para a saúde da mulher, a ser gerenciado pela ONU e financiado por nações voluntárias. Além disso, ressalta-se a necessidade de uma maior fiscalização por parte dos Estados em que o procedimento é registrado, de forma a respeitar o conceito da soberania dos povos, e a urgência de peso igual de testemunha judicial para homens e mulheres.
A delegada brasileira presente à reunião enviou uma declaração ao jornal, de maneira a confirmar a postura do país frente à temática do debate. A representante apontou que “o Brasil apóia a criação de um fundo para incentivo à conscientização dos países de fé islâmica através de uma melhor interpretação das leis tão enraizadas na religião”. O Conselho sugeriu alterações em alguns aspectos do documento e a discussão, agora, está voltada para a questão do casamento forçado, o que proporcionou impasses, pois determinadas delegações não vêem o assunto como necessário ao debate do comitê.